O estudo avaliou 2.165 atendimentos neurológicos via telemedicina realizados pelo CEANNE em 21 unidades do SUS, entre abril de 2019 e outubro de 2022. O objetivo foi medir se a teleneurologia reduz encaminhamentos emergenciais e identificar quais variáveis influenciam essa decisão.
Principais achados
A teleneurologia reduziu significativamente encaminhamentos desnecessários dentro do SUS, aumentando a precisão diagnóstica e diminuindo o uso inadequado de serviços de maior complexidade.
Três fatores tiveram impacto estatisticamente significativo na probabilidade de encaminhamento emergencial:
Unidade de atendimento:
Pacientes avaliados em hospitais tiveram 41% menos chance de encaminhamento emergencial em relação ao SAMU.
Em UPAs, a chance foi 39% menor do que no SAMU.
História clínica:
Queixas clínicas gerais, sintomas neurológicos súbitos e TCE apresentaram, respectivamente, 57%, 80% e 52% menos chance de encaminhamento emergencial quando comparadas à cefaleia (que foi a queixa mais prevalente).
Resultado da tomografia:
Pacientes sem alterações tomográficas tiveram 91% menos chance de encaminhamento emergencial.
Conclusão
A teleneurologia demonstrou ser uma ferramenta altamente eficaz para otimizar fluxos de atendimento, diminuir encaminhamentos desnecessários e gerar economia substancial ao SUS, garantindo maior eficiência diagnóstica e melhor direcionamento terapêutico.
O estudo reforça que a adoção da telemedicina especializada em neurologia beneficia pacientes, equipes de saúde e o próprio sistema, ao reduzir sobrecarga hospitalar e aumentar a assertividade no manejo das urgências neurológicas.
Veja o artigo – Impacto da utilização da teleneurologia na redução de encaminhamentos no SUS


