Custo efetividade da telemedicina e a regulação de teleneurologia no Brasil

O estudo revisa a literatura nacional e internacional sobre o custo-efetividade da telemedicina aplicada à neurologia, apontando que a teleneurologia é altamente vantajosa tanto do ponto de vista econômico quanto clínico.

A pandemia de COVID-19 acelerou sua adoção: antes dela, 18,5% dos neurologistas utilizavam telemedicina; após seu início, o percentual passou para 56,2%, indicando uma mudança estrutural no cuidado neurológico à distância.

Principais evidências de custo-efetividade

Consulta virtual custa cerca de US$ 30, comparada a US$ 150 no modelo presencial.

Redução de até 20% nos custos gerais de saúde, graças à diminuição de internações, transferências e exames desnecessários.

Queda de 50% a 80% nos custos de deslocamento para pacientes em áreas remotas.

Em telestroke, economias médias de US$ 4.997 por paciente e taxas significativamente menores de transferências hospitalares.

Programas internacionais mostram redução de mortalidade, maior uso de trombólise, melhor recuperação funcional e ICERs dentro de faixas altamente custo-efetivas.

Em outras doenças neurológicas, a telemedicina aumenta a adesão ao tratamento (até +50%), reduz sintomas, melhora QALYs e diminui readmissões.

Impactos na qualidade de vida dos pacientes

Aumento de até 30% na qualidade de vida por facilitar acesso, reduzir tempo de espera e evitar deslocamentos.

Alta satisfação: nota média de 4,7 entre pacientes e 4,5 entre médicos.

A telemedicina melhora precisão diagnóstica (até +40%) e adesão terapêutica.

Desafios e necessidade de regulamentação

O artigo mostra que a teleneurologia ainda requer:

Infraestrutura tecnológica adequada e conexão estável.

Padronização de protocolos clínicos e técnicos.

Regras claras sobre privacidade, ética e segurança de dados.

Modelos de financiamento sustentáveis para integrar o serviço ao SUS.

Sem regulamentação sólida, os avanços não se consolidam. Entretanto, a evidência acumulada é clara: a teleneurologia deve ser integrada aos principais serviços de saúde, pois reduz disparidades, amplia o acesso e melhora resultados clínicos — especialmente em regiões remotas.

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