O CEANNE (Centro Avançado de Neurologia e Neurocirurgia) nasceu com um propósito claro: reduzir desigualdades no acesso ao tratamento de alta complexidade em neurocirurgia, oferecendo aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o mesmo nível de excelência encontrado nos melhores hospitais privados.
Um estudo recente publicado na revista BioScience demonstrou, de forma inédita, que essa missão está sendo alcançada.
Os gliomas da ínsula: um dos maiores desafios da neurocirurgia
Tumores da ínsula estão entre as lesões cerebrais mais complexas de serem tratadas, exigindo:
tecnologia de ponta,
equipe altamente especializada,
técnicas refinadas de ressecção tumoral,
mapeamento cerebral avançado,
e estrutura hospitalar completa.
Tradicionalmente, acredita-se que pacientes do sistema privado têm resultados superiores em doenças altamente complexas. O estudo buscou verificar se isso realmente ocorre nos tumores insulares tratados pelo mesmo neurocirurgião em diferentes ambientes hospitalares.
O estudo
Foram analisados 55 pacientes operados pelo mesmo cirurgião em:
Hospitais privados (Moinhos de Vento e Divina Providência – Porto Alegre), e
Centros CEANNE atuando em hospitais do SUS.
O objetivo foi responder uma questão crítica:
há diferença nos resultados quando o paciente é tratado no público ou no privado?
Resultados: desempenho equivalente entre sistemas
A análise demonstrou que não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois grupos nos principais marcadores de qualidade, como:
extensão da ressecção tumoral,
incidência de déficit neurológico tardio,
morbidade cirúrgica,
e desfechos funcionais.
Em outras palavras:
Pacientes do SUS atendidos em centros CEANNE tiveram resultados equivalentes aos de hospitais privados de referência.
Isso reforça a efetividade do modelo CEANNE, que prioriza:
Equipamentos modernos (microscópio, aspirador ultrassônico, monitorização neurofisiológica).
Equipes multidisciplinares experientes.
Telemedicina para discussão de casos e alocação da melhor equipe.
Protocolos rigorosos para doenças de alta complexidade.
Treinamento contínuo das equipes hospitalares.
Impacto social
O estudo reforça o potencial do CEANNE de:
reduzir desigualdades no acesso ao tratamento de tumores cerebrais,
oferecer neurocirurgia de ponta a regiões com pouca estrutura,
e aproximar os resultados do SUS daqueles obtidos nos melhores hospitais privados.
Só nos últimos 12 meses avaliados, os centros CEANNE realizaram:
3.000 neurocirurgias,
25.000 atendimentos eletivos presenciais ou por telemedicina,
impactando diretamente a vida de milhões de pessoas no RS e PR.
Conclusão
O modelo de atuação do CEANNE permite que pacientes com doenças neurológicas altamente complexas recebam o mesmo nível de cuidado, independentemente de serem atendidos em hospitais públicos ou privados.
O estudo confirma que é possível oferecer excelência neurocirúrgica no SUS, diminuindo desigualdades e promovendo atendimento baseado em ciência, tecnologia e organização de equipes.


